quarta-feira, 17 de junho de 2009

Caso clínico em Traumatologia - Joelho Flutuante


****************************************************************************************************Fratura extensa e cominutiva, além de exposta, do fêmur esquerdo.Quando nos deparamos com o dia-a-dia da rotina dos Pronto-socorros de uma cidade com perfil de metrópole, como Manaus, capital do Amazonas, sabemos que a cada segundo novas intercorrências podem nos fazer pensar que há sempre algo inédito a ser estudado e aprendido e, aliás, foi com esse intuito que tive a idéia de originar esse Blog.
Hoje discutiremos sobre uma situação não tão rara, porém de notória relevância pra formação daqueles que gostam de sentir o friozinho na barriga característico de quem labuta nos Serviços de Urgência e Emergência... o Joelho Flutuante!!! Trata-se de uma trauma ortopédico, resultante de mecanismo de ação com altíssima energia, e que resulta na perda de continuidade entre duas superfícies ósseas (lembrem do conceito na aula de fraturas?) , mais precisamente localizadas no fêmur (osso da coxa) e tíbia (osso da perna), o que faz com que o joelho fique solto, instável.
A abordagem é a mesma de sempre para traumas com alta energia, seguindo o ABCDE da ATLS, seguidos da conduta especializada, que depende do perfil das fraturas, sejam elas expostas ou fechadas, cominutivas ou com traço simples.
No caso abordado aqui, temos uma situação onde a fratura do fêmur foi exposta (quando há comunicação do hematoma fraturário com o meio externo) e a da tíbia foi fechada, porém acompanhada da fratura da fíbula, resultando em maior instabilidade.
Nesse caso em particular, obedecendo os critérios de controle dos danos, procedemos com a fixação externa de amabas as fraturas, sendo que a do fêmur, que tinha uma ferida de apenas 0,5 cm, foi ampliada e tratada exaustivamente com irrigação e debridamento cirúrgicos. Tal conduta se explica quando imaginamos que a estabilização relativa obtida pelos fixadores em questão, trará ao paciente e à equipe de enfermagem maior conforto para manipulação do doente politraumatizado, além do que fará com que o risco de comorbidades, como tromboembolismo e síndrome compartimental, seja bem menor!!!

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